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Ortopedia e Traumatologia

A Ortopedia é uma área da medicina voltada para o tratamento das doenças que afetam o aparelho locomotor. Aqui se incluem as estruturas ósseas, os músculos, os tendões e as articulações com os seus ligamentos. As doenças do aparelho locomotor podem ser congênitas, ou seja, já estão presentes desde o nascimento, ou adquiridas no decorrer da vida. Fraturas, luxações, entorses são lesões muito frequentes no aparelho locomotor, e se constituem na assim chamada traumatologia. Daí a denominação da nossa especialidade – ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA.

  • Patologias do Quadril
  • Artrose
  • Osteoporose

O avanço da idade se manifesta não apenas pelas rugas da pele ou cabelos brancos. Os ossos e suas articulações também vão sofrer alterações inevitáveis com o correr dos anos. A expectativa de vida aumentou muito nas últimas décadas, e a consequência direta para a nossa especialidade foi o aparecimento de um imenso contingente de pacientes idosos com queixas crônicas na coluna vertebral e nas articulações das extremidades inferiores.
Criou-se assim uma verdadeira nova subespecialidade: a “ortopedia geriátrica”. E é a ela que venho dedicando a maior parte da minha atividade nesses últimos anos.

“A osteoporose: é uma doença que se inicia na coluna vertebral e termina no quadril”

Quero com esta frase chamar a sua atenção para o seguinte:

1. A importância da Osteoporose reside no fato de que, ao fragilizar o esqueleto, ela predispõe a pessoa ao risco cada vez maior de fraturas.

2. A Osteoporose, como tantas doenças crônicas, evolui de forma totalmente silenciosa. Ela só vai provocar dor, quando ocorrem as primeiras fraturas, já na fase adiantada do processo. Essas primeiras fraturas ocorrem na coluna vertebral. O segmento dorsal é o mais atingido. As fraturas são espontâneas e não necessitam de uma queda para ocorrerem: é simplesmente o peso do corpo que age sobre as vértebras enfraquecidas e provoca o seu verdadeiro “desabamento”. Essas fraturas se produzem de modo gradual e geram desconforto, podendo ser a origem da tão frequente dor nas costas do idoso. Nessa situação se faz necessária uma investigação criteriosa. A Perda da Estatura é o resultado do “desabamento” de várias vértebras simultaneamente.

Em muitos casos ela pode chegar a mais de 12cm. A curvatura dorsal normal-cifose-aumenta, formando-se uma verdadeira corcunda, comumente observada em mulheres acima dos 75 anos.

3. A fratura da região do quadril resultante de uma queda banal, atinge uma em cada três mulheres que chegam aos 85 anos de idade, e representa uma situação de grave risco. Era realmente assim até há algumas décadas, a dor da fratura condenava as pessoas a permanecerem imóveis na cama. Em poucos dias, as complicações clinicas surgiam: feridas de pele na região das costas, infecções pulmonares e urinárias, além da trombose das veias. Esta perspectiva mudou radicalmente nos últimos anos. Hoje, o tratamento de fixação das fraturas permite que a pessoa deixe o leito já no dia seguinte, afastando os riscos de imobilidade. A qualidade da anestesia e do apoio clínico que dispomos atualmente permitem a uma rápida recuperação até mesmo para uma pessoa acima dos 100 anos.

Fatores que influem na osteoporose

Estudos sobre Osteoporose mostram que a raça negra apresenta densidade mineral óssea (BMD, abreviatura em inglês) maior do que a raça branca e esta maior que a amarela. A BMD de indivíduos brancos, de diferentes países, é composta por massas ósseas variadas, porque a raça branca apresenta composições étnicas diferentes nas várias regiões do mundo.

A Densitometria Óssea é o exame que permite a melhor identificação da osteoporose, pois, mede de forma precisa e exata a massa óssea. A partir dela, foram estabelecidos padrões de normalidade que são distintos para as diferentes raças.

Além da raça, muitos outros fatores influenciam a massa óssea, tais como sexo, hereditariedade, peso corporal (PC), dieta, atividade física e status hormonal.

Dentre esses, o PC tem sido identificado, por vários autores, como sendo um dos maiores determinantes da massa óssea. Entretanto, pouco se sabe a respeito da influência do PC sobre a variação da massa óssea em função da idade, ou seja, nas diferentes fases da vida. As mulheres obesas geralmente não têm osteoporose.

A massa óssea nas mulheres varia basicamente em função da idade e do nível hormonal. A BMD aumenta gradualmente durante a infância e, de forma acelerada, na adolescência, para atingir um pico que ocorre entre 32 e 35 anos. A massa esquelética adquirida se mantem por alguns anos, e a partir dos 45 anos, na mulher, tem início o seu declínio.

Fonte: J. Nutr Health Aging 2002; 6(4):282-6

Osteoporose: incidência

A osteoporose é a redução de massa óssea, que enfraquece os ossos, possibilitando aparecimento de fraturas. Essa redução é gradual e progressiva, e recebe o nome de osteopenia na sua fase inicial. A diferença entre osteopenia e osteoporose é puramente quantitativa e, é determinada pela densitometria óssea. Nas mulheres o seu início ocorre em torno dos 35 anos de uma forma lenta e silenciosa, piorando depois da menopausa devido à diminuição dos hormônios sexuais. Se a menopausa ocorrer precocemente, os riscos são ainda maiores. A osteoporose é indolor e fica assim até o momento em que ocorre a fratura. Essas fraturas são mais frequentes em quatro ossos: coluna vertebral, punho, fêmur e úmero (na altura do ombro). Existem vários fatores de risco que favorecem o surgimento da doença: a raça branca (as pessoas mulatas e pretas raramente têm osteoporose), olhos claros (azuis e verdes), histórico familiar de mulheres que tiveram fraturas por osteoporose, vida sedentária, alimentação deficiente em leite e laticínios (pessoas que têm alergia a leite têm mais osteoporose), uso de álcool, fumo ou café, doenças metabólicas da tireoide, ovários e uso de determinados medicamentos, principalmente, cortisona, anticonvulsivantes e anticoagulantes, remédios que contém alumínio, bem como em mulheres que nunca foram mães. Já no homem, a osteoporose costuma ocorrer depois dos 65 anos de idade.

Segundo a Fundação Internacional de Osteoporose, 40% das mulheres do mundo correm o risco de ter uma fratura em razão da doença. Entre os homens, a porcentagem é de 13%. Para evitar o enfraquecimento dos ossos, os especialistas recomendam que, a partir dos 40 anos, as mulheres tomem pelo menos quatro copos de leite por dia. Para ambos os sexos, o ideal é praticar diariamente uma atividade física por, pelo menos, 30 minutos. A exposição ao sol também é importante: 15 minutos diários já são suficientes. Mas em vários casos é preciso também tomar medicamentos, além do consumo de complementos de vitamina D e de cálcio. A densitometria óssea é o exame mais adequado para apontar a existência do risco e assim iniciar um tratamento preventivo. Estima-se que 25% da população brasileira sofra de osteoporose. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo de 30 a 59 anos subiu de 25% da população brasileira (em 1940) para 32,9% (em 1998), e deverá chegar a 40,2% em 2020. Os idosos, acima de 60 anos, somavam 12,4 milhões de pessoas em 1998 e pode ser 25 milhões nos próximos 21 anos.

Fonte: Osteoporose Int 13 (2002) 9, 755-761

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Qualidade de vida e osteoporose

A Osteoporose é uma doença de todo o esqueleto, que além de consequências físicas e funcionais, pode trazer alterações emocionais que influem na qualidade de vida das mulheres. A maioria das mulheres viverão um terço de suas vidas com risco elevado de apresentar osteoporose, em algum grau. O enfoque dado pela mídia sobre a osteoporose, apesar de esclarecedor, apesar de esclarecedor, traz um aumento de ansiedade, porque as mulheres temem as consequências dessa doença, não só no aspecto de possíveis dores, fraturas e restrições de alguns movimentos, como também as deformidades físicas da coluna e modificações da estética do corpo. As mulheres recebem essas informações, quando se aproxima a menopausa que, por si só, já é um período de maior sensibilidade emocional. A polemica sobre a terapia de reposição hormonal (TRH), a prevenção do câncer e a osteoporose são preocupação de 96% das mulheres pesquisadas. A pesquisa também ressaltou que a dor nas costas pode ser controlada com exercícios físicos, que, proporcionam a sensação de bem-estar físico e emocional.

Cuidados especiais com idosos em casa:

Estudos da Organizaçao Mundial de Saúde comprovam que, em poucos anos, metade da população da Terra terá mais de 50 anos.

Estima-se que a osteoporose provocará fraturas em uma de cada 3 mulheres, causadas por quedas em suas próprias residências. As lesões mais frequentes são: punho, coluna lombar e fêmur, necessitando muitas vezes de tratamento cirúrgico. Consciente desta necessidade, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT, criou em 1999, o “PROJETO CASA SEGURA” para construir os ambientes equipados com itens de segurança para a população, com apoio do Ministério da Saúde e de outras instituições profissionais de arquitetura e da construção civil brasileira. Os itens do projeto são:

EXTERIOR DA CASA: Acesso fácil, sem barreiras; exterior bem iluminado, facilitando a visão do interior para fora; piso externo áspero com marcações claras dos caminhos; porta da frente maior que 80cm de vão livre; maçaneta tipo alavanca; fechadura sobre a maçaneta.

QUARTO DE DORMIR E VESTIR: Cama larga, com um só travesseiro: altura de 0,45 a 050m incluindo o colchão que deve ter densidade adequada ao peso do usuário. É importante que a pessoa sentada na beirada da cama, apoie os pés no chão evitando assim a hipotensão postural (tonteira). A cama deverá ter cabeceira que permita à pessoa recostar-se. Evitar a sensação do frio, usando sempre colcha ou cobertor preso ao pe da cama.

MESA DE CABECEIRA: Altura cerca de 0,10 m acima da cama, bordas sempre arredondadas. Sempre que possível ficada no chão ou na parede, evitando assim que se desloque caso a pessoa precise apoiar-se nela ao levantar.

ACESSÓRIOS: Relógio digital com números grandes; suporte para copos e copos de plástico ou metal; telefone e números de auxílio; lanterna na gaveta; controle remoto para TV e sistema de ar condicionado ou de aquecimento elétrico; abajur fixo na mesa ou na parede. Interruptor de luz próximo à cama.

ARMÁRIO: Portas leves, de fácil acesso, arejado, cabideiro baixo; gavetas com trava de segurança nos deslizantes; prateleiras com alturas variáveis, luz interna ao abrir a porta; puxador do tipo alça.

JANELAS: Sistema de abertura sempre para dentro ou de correr; persianas.

CADEIRA OU POLTRONA: Ajuda para calçar meias e sapatos.

BANHEIROS: Paredes em alvenaria com resistência suficiente para a instalação de barras de segurança fixadas por buchas. Banheira só se houver espaço para banheira e box. Espaço interno para circulação de duas pessoas: facilita a ajuda de terceiros. Porta de acesso com 0,80m e abertura para fora.

Fonte: Ministério da Saúde, Programa Saúde do Idoso, SBOT – Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. http://www.casasegura.arq.br

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